sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Corte de gastos sim, mas para os mais pobres...



O descontrole das finanças públicas causam grandes problemas para a economia de um país, o Brasil é um exemplo.  Na atual literatura sobre inflação é consenso que a senhoriagem, o financiamento do déficit via emissão monetária, é a causa primária deste problema.  A inércia inflacionária somada à senhoriagem foram às causas da inflação nas décadas passadas.  Com o amadurecimento do plano real, único plano que de certa forma reconheceu as fontes inflacionárias:  inércia e problemas fiscais,  e com a implementação da Lei de Responsabilidade Fiscal,  os anos 2000 apresentaram melhoras significativas. No ano de 2014 tivemos um grande déficit nas contas públicas, contrariando então os princípios da LRF.  Tendo em vista a importância do equilíbrio das contas públicas, o atual governo propôs então austeridade econômica para cortar o excesso dos gastos.  Nesse atual cenário,  os congressistas e seus amigos  elevaram seus salários e seus benefícios, que na média mundial são altos, e agora ficaram ainda maiores. Do outro lado os cortes foram para a população como um todo. O que mais me chamou a atenção foram os cortes na educação, sendo este o fator primordial para o combate as desigualdades sociais.  É claro que o atual governo deve buscar o equilíbrio orçamentário, no entanto, tal equilíbrio deveria se feito pelo princípio da progressividade. Alguns benefícios e até alguns salários públicos, principalmente os salários da área jurídica,  são um abuso quando comparados com a renda per capita ou com outros profissionais que tenham ensino superior.  A jabuticaba é tão grande que o Brasil detém o maior número de pessoas formadas em direito do mundo. É claro que o Governo deve buscar o equilíbrio, mas não as custas da parcela mais pobre do país. O ajuste deveria começar pelos excessos e desperdícios. Vale ressaltar que o passe livre ou uma passagem de ônibus  vinte centavos mais barata pouco vai contribuir para o combate à pobreza. Enquanto isso a parcela mais pobre paga pela austeridade causada pelo excesso governamental.  

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