O descontrole das finanças públicas causam grandes problemas
para a economia de um país, o Brasil é um exemplo. Na atual literatura sobre inflação é consenso
que a senhoriagem, o financiamento do déficit via emissão monetária, é a causa
primária deste problema. A inércia
inflacionária somada à senhoriagem foram às causas da inflação nas décadas
passadas. Com o amadurecimento do plano
real, único plano que de certa forma reconheceu as fontes inflacionárias: inércia e problemas fiscais, e com a implementação da Lei de
Responsabilidade Fiscal, os anos 2000
apresentaram melhoras significativas. No ano de 2014 tivemos um grande déficit
nas contas públicas, contrariando então os princípios da LRF. Tendo em vista a importância do equilíbrio
das contas públicas, o atual governo propôs então austeridade econômica para
cortar o excesso dos gastos. Nesse atual
cenário, os congressistas e seus amigos elevaram seus salários e seus benefícios, que
na média mundial são altos, e agora ficaram ainda maiores. Do outro lado os cortes
foram para a população como um todo. O que mais me chamou a atenção foram os
cortes na educação, sendo este o fator primordial para o combate as
desigualdades sociais. É claro que o
atual governo deve buscar o equilíbrio orçamentário, no entanto, tal equilíbrio
deveria se feito pelo princípio da progressividade. Alguns benefícios e até
alguns salários públicos, principalmente os salários da área jurídica, são um abuso quando comparados com a renda
per capita ou com outros profissionais que tenham ensino superior. A jabuticaba é tão grande que o Brasil detém o
maior número de pessoas formadas em direito do mundo. É claro que o Governo deve buscar o equilíbrio, mas não as custas da parcela mais pobre do país. O ajuste deveria começar pelos excessos e desperdícios. Vale ressaltar que o passe livre ou uma passagem de ônibus vinte centavos mais barata pouco vai contribuir para o combate à pobreza. Enquanto isso a parcela mais pobre paga pela austeridade causada pelo excesso governamental.
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